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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

As roupas irão diminuir

-Francisca, ande logo e coloque uma roupa digna de nossa família! Nada dessas coisas “moderninhas” simplesmente mostrando o seu corpo para esses garotos maliciosos e safados de sua idade! Rápido e prepare o café que seu pai chegará em breve!

-Já falei que é pra me chamar de Fran...

Isso resume o inferno que é todas as manhãs de Francisca, ou Fran como ela preferia, já que achava seu nome muito... Velho. Sua consciência doía quando pensava nisso, mas pelo fato de ter o mesmo nome da avó, acabava ligando os pontos e se sentia idosa. Já se considerava uma, pelas roupas que era obrigada a vestir.

Fran era uma bela moça. Uma morena alta, com curvas sempre muito bem cobertas por roupas longas e largas. Mas por trás daquilo, havia uma linda mulher. Aos 17 anos, Fran ainda se descobria. Muitas vezes, acordava e com o cuidado da porta estar bem trancada, se olhava no espelho e admirava o seu belo corpo. Percebia o quanto crescia e como seus hormônios agiam rapidamente em suas curvas. Seus seios pareciam cada vez mais empinados e rijos, e sua mente aflorava desejos que ela mesma desconhecia. Estava crescendo, essa era a verdade. E não conhecia nem um terço do que o mundo poderia oferecer a ela, já que sua mãe sempre colocava limites absurdos e nem compartilhar amizades podia. Apesar de ter uma vida com riquezas e ser muito bela, era infeliz pela forma que era tratada.

Rapidamente o tempo passou, e como em uma novela, Fran trocou as espinhas por maquiagens exuberantes e beirava os seus 22 anos. Já formada em odontologia, administrava o seu próprio consultório. Os limites de épocas passadas, ainda deixavam receios na maneira de viver da moça, mesmo seus pais tendo agora muito menos influência no seu dia a dia.

As roupas, por algum trauma, continuavam a ser longas e largas... E o movimento matinal de trancar a porta e admirar o corpo continuava presente. Ela não imaginava o porquê disso acontecer, mas não conseguia ser uma pessoa normal. Era dentro de si, que vinha uma voz para ela continuar sendo a moça de 17 anos que não conhecia o mundo. E ela, continuava a ser.

Em uma tarde de verão, enquanto tomava banho de sol na piscina do clube, alguns homens foram tentar “falar algo” com Fran. Todos sem sucesso. A moça era fria com homens, e com seu olhar afastava todos, mesmo muitas vezes não querendo. Perguntava-se a cada gole do seu suco de graviola, porque era assim... Queria ter uma vida comum, e se aproximar de rapazes, mas não conseguia. Enquanto mulheres bem mais vulgares tinham sucesso, Fran por problemas psicológicos dela mesmo, não tinha ninguém. Isso a deixava com mágoas.

E nesse ponto do nosso campeonato de pontos corridos, o Brasileiro está magoado. Sim. Apesar de ser um baita partido, está sendo frio com os competidores. Ele que ser de alguém, mas ainda está indeciso. Esperamos que logo-logo, as roupas longas e largas dele, dê espaço para roupas sexy e atraente. Mas se vista assim, apenas para o Colorado.

Vamos Inter, assim como um homem conquistará Fran um dia, e tirará toda a vergonha e problemas com sua vida, puxe papo com o Brasileirão... Apenas vença seus jogos, e mesmo com toda a vergonha, o Brasileiro está se jogando no nosso colo. Basta saber fazer o serviço.

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