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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Camila

Certa vez me apaixonei por uma moça. Muito linda a menina, cabelos cacheados uma espécie de loira que faz qualquer homem se sentir maravilhado pelo simples fato de poder ver... “tudo aquilo”. A volúpia de seu corpo me deixava com desejos, voltados a todas malicias que alguém pode pensar.

Avistava a pequena Camila (muita luta para conseguir esse nome), todos os dias no ponto de ônibus em frente ao curso que fazia na época. Aos poucos fui descobrindo seus passos diários e criando coragem para no mínimo falar com ela, já que era um desejo de possuir... ”tudo aquilo!”. Ela trabalhava no centro da cidade mesmo, em alguma de tantas farmácias que há por aqui, sendo que pegava o turno que cumpria o horário até as 16 horas. Descobri com amigos, que ela tinha algo de misterioso por trás daqueles óculos escuros que sempre cobria sua face, o que me deixava mais louco de vontade por ela.

Até que um belo dia, por alguma coincidência do destino, nós dividimos a poltrona do ônibus. Aquela era minha chance, pelo menos para a garota dos meus sonhos saber que eu existia. Com algum assunto idiota, começamos uma amizade. Confesso que possuo o dom de me aproximar de alguém, e com poucas palavras me tornar intimo da mesma. E com a doce e pequena Camila não foi diferente. Todo o dia a conversa era mais interessante para meus planos, e descobri uma coisa surreal para os dias de hoje. Aquela moça, frequentava igrejas. Nada contra, longe disso. Mas que me choquei quando ouvi “vou ao meu culto”, ah me choquei. Mas o meu desejo ultrapassava qualquer culto, missa ou igreja.

O tempo foi passando, e a amizade aumentando. Mas já havia passado tanto tempo, que já era alvo de gozação de colegas. Apenas ficava ali, com ela... E não acontecia absolutamente nada. Camila era tão certa, que não via malicia em frases que destoava perto dela. Até que um dia, ela me disse de uma forma diferente... E me convida “vamos ao culto comigo?”. Aceitei na hora, e nem ligava com algum grito ou pedido de dizimo que fosse acontecer lá. Mas os decibéis que foram alterados e sua respiração que foi mudada, me fez pensar que naquele culto, aconteceria algo. Leve engano. Digamos grande engano.

Nunca em uma tarde havia enchido tanto uma igreja. Meus amigos, todos que conhecia estavam lá para ver o degas aqui dar um beijo em Camila. Sentados em lugares específicos, todos viram o belo tapa que levei ao tentar beijá-la, e nunca uma igreja foi tão silenciosa e deprimente como aquela.

O palco estava pronto, os torcedores estavam ali... Tudo como mandava a tradição. Assim como tomei aquele tapa e amigos se calaram, os gols do Cruzeiro fizeram isso com o time e o Gigante num todo. Todos esperavam o grande beijo, mas com o tapa que levamos, nos fizeram entender que nem sempre estamos tão prontos para dar o passo a frente e assumir a ponta. Aquele não era o momento de Camila ser minha, assim como a liderança não era pra nós naquele dado momento. Aprendendo com os erros, a Camila e o Brasileiro nos trazem alegria fácil.

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